terça-feira, 30 de outubro de 2012

Três Cortinas

É ele
O velho karma
Vai e vem
E me desarma

Pouco longe
Nem tão perto
Quase incerto
Vem pra mim

Eu desperto
Se ele volta
E a gente não se solta
Outra vez 
Eu sei que é sério
É um mistério
E não tem fim

Ele sente
E me intimida

Permanece do meu lado
Eu durmo
Tô perdida
E quando acordo?
Ele deitado

O 1 é um problema
Quando eu penso
Acabou
De repente
O mesmo tema
Nosso show
Só começou

O 2 é o surtado
Um total apaixonado
Por demais inusitado
E um tanto infantil

Faz de mim
Só poesia
Drama
Amor e boemia

E eu senti?
Que ironia...

O encanto já sumiu

Ele tem um Q de artista
Personagem meio autista
Para ele
Sou a
Flor

"Por favor não insista
Sem querer ser pessimista
Mas isso não é amor"

Tem o 3
que é o distante
O blasé
O arrogante

É a própria interrogação

É o perfil
Do interessante
Culto, rico, inebriante
E grande mestre em sedução

Faz o estilo 
Casual
Um sujeito controverso
Ele é anti-social
Carinhoso 
E perverso

Demonstra um certo medo
Preso em leve timidez
Quando cede
Eu nunca cedo

Em resumo
Perco a vez

Só falo se ele fala
É aquele velho truque
O encontro sempre falha
E se estende ao facebook

Tediosa adrenalina
Tão fechada abertura

Um dos 3 só se destrava
Se eu abrir a fechadura

Desisti
Perdi a chave

E digo
"Adeus adrenalina"

Qual de nós será que sabe
como abrir minhas cortinas?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quase Tudo

Incrível o poder da mente
O que se pede agora
Realiza de repente

Cuidado com o que deseja
Dizem que pode realizar
Espere que assim seja
Sem ter medo de acabar

Não há o que não haja
Não há o que não haver
Toda busca que se acha
Também há de se perder

As vezes já é tarde
Uma porta se fechou
Entenda que faz parte
Mais um ciclo encerrou
(...)
Talvez alguma fresta
Outro lado da janela
Tudo um dia se revela
Quando menos se espera...

sábado, 31 de março de 2012

Mesma Cena

Todo o dia a mesma cena
De manhã até à tarde
O ambiente lhe condena
E o desejo lhe invade

O fim que não termina
Volta atrás com recomeço
Transforma vira sina
E o lado certo do avesso

Os meses vão passando
perde encontra um novo encanto

Ela chega, ele parte
Se repelem lentamente
Outro dia se reparte
Em dois tempos diferentes

Ela prende, ele solta
Outra vez que evapora
Ele vai e ela volta
com os restos na memória

Todo o dia a mesma cena
mais um fim uma lembrança
Ela se envenena
outra vez com esperança
Dessa vez a coisa anda

Pensa alto, chora, grita
Ele volta a sentir falta
Ela finge que acredita

Todo o dia a mesma cena
Já passaram sete meses
A rotina crua e plena
se repete outras vezes

O outono enfim chegou
Folhas soltas vão caindo
Ele faz aniversário
E aos poucos vai sumindo

Todo o dia a mesma cena
Mesmo texto decorado
Ela para sente e entende
Ele não é meu namorado

Para o orgulho, impossível
A paixão que não preencheu
À razão quase invisível
Por pouco apareceu

Outra cena novo dia
O que era quente congelou
O roteiro perdeu linhas
E o outono acabou

O inverno surge intenso
Cada um no seu momento
Ele tenta, ela ignora
Sem nenhum constrangimento

Todo o dia a mesma cena
No trabalho, ele e ela
O silêncio que ela espera
Talvez só na Primavera