Todo o dia a mesma cena
De manhã até à tarde
O ambiente lhe condena
E o desejo lhe invade
O fim que não termina
Volta atrás com recomeço
Transforma vira sina
E o lado certo do avesso
Os meses vão passando
perde encontra um novo encanto
Ela chega, ele parte
Se repelem lentamente
Outro dia se reparte
Em dois tempos diferentes
Ela prende, ele solta
Outra vez que evapora
Ele vai e ela volta
com os restos na memória
Todo o dia a mesma cena
mais um fim uma lembrança
Ela se envenena
outra vez com esperança
Dessa vez a coisa anda
Pensa alto, chora, grita
Ele volta a sentir falta
Ela finge que acredita
Todo o dia a mesma cena
Já passaram sete meses
A rotina crua e plena
se repete outras vezes
O outono enfim chegou
Folhas soltas vão caindo
Ele faz aniversário
E aos poucos vai sumindo
Todo o dia a mesma cena
Mesmo texto decorado
Ela para sente e entende
Ele não é meu namorado
Para o orgulho, impossível
A paixão que não preencheu
À razão quase invisível
Por pouco apareceu
Outra cena novo dia
O que era quente congelou
O roteiro perdeu linhas
E o outono acabou
O inverno surge intenso
Cada um no seu momento
Ele tenta, ela ignora
Sem nenhum constrangimento
Todo o dia a mesma cena
No trabalho, ele e ela
O silêncio que ela espera
Talvez só na Primavera
sábado, 31 de março de 2012
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