quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Doação VS Impotência

(...) Nada mais delicado do que críticas destrutivas.
As críticas destrutivas são de uma sutileza inigualável, capazes de provocar os melhores insights sobre nós mesmos. São através dessas críticas, desse olho nu, dessa análise complexa (dos outros), que nascem as críticas construtivas.
Após inúmeras constatações sobre a minha pessoa, reconstruções comportamentais, consultas terapêuticas entre outros alertas infames que ouvi por aí, cheguei à conclusão do quanto me dôo para tudo que eu faço, o quanto deposito um potencial completo de energia quando realmente quero que as coisas dêem certo.
Ou seja, eu sou completamente dada;
Para o meu trabalho, para as minhas criações, para os meus textos, amizades, relacionamentos, observações, comportamentos, crises, isolamentos... tudo!
E notei o quanto isso é positivo! Se não tivermos a maestria necessária para nos doarmos plenamente - no sentido mais literal da palavra - a tudo na vida, o que a vida vai doar a nós? Em suma, eu realmente me dôo e muito.
Descobri que também é possível encontrarmos nossas melhores qualidades, camufladas no que - erroneamente - achávamos um defeito?!
Ao contrário de mim, existem as pessoas impotentes, incapazes, fracas. Me refiro a todos aqueles que têm medo da entrega, medo de si mesmo, medo de viver. Pessoas inaptas, retraídas na própria amargura.
Eis o que eu chamo de impotência latente que - está ali, mesmo que escondida ou não aparente - só tende a aumentar, dia após dia. Destas se incluem: a impotência sexual, moral, profissional, emocional, comportamental, afetiva, criativa, cognitiva, física e psicológica.
Impotente é aquele sujeito considerado ineficiente e incapaz de produzir qualquer mísero ato que consiga pulsar dele mesmo; Potencial de energia nulo para qualquer ação, que não seja simplesmente existir.
O impotente não vive, apenas existe.
Pessoas que realmente se doam ao mundo e a si mesmas não tem absolutamente nenhuma conexão com seres impotentes, porque não ocupam o mesmo espaço; não fazem parte de um mesmo espectro de energia, não pulsam num mesmo canal sincronizado.
Enquanto um estabelece trocas com a vida; doa e recebe, brilha e vive de forma infinita, o outro se apaga, morre lentamente, preso na sua ineficácia como ser humano. Fraco e oculto em um vulto eterno dentro de si mesmo; incapaz de poder. Incapaz de ser.
Talvez a vida não seja para todos...
Eu sinto muito pela pobreza de espírito destes seres.
E sinto muita vontade de me doar, cada vez mais.

3 comentários:

AlphaMale disse...

Não sei exatamente se é assim que se define impotente no dicionário. Mas se não for, vou sugerir porque essa sim faz jus à impotencia que as pessoas tem diante de si mesmas.
Como sempre, cortante...
Forte. Mas nunca indigesto.

Gustavo Fogaça (Guffo) disse...

"completamente dada"

ADOROW!!

Rodrigo Damasceno disse...

"O impotente não vive, apenas existe."


Realmente tem muita gente existindo 'impotentemente'.

Adoro seus textos, me identifico muito.
Parabéns!