segunda-feira, 26 de outubro de 2009

o [meu] mundo dá voltas

Voltei a velhos vícios
perdições e umas manias
A volta me remete um tanto quanto à ironia
Voltei a ser quem era sem a memória de quem sou
mudei de atmosfera mas a volta me levou
Voltei à hipomania
vejo o mundo lá de cima
o impulso me arrepia
só aumenta e me domina
A volta não tem certo
meio-termo ou errado
Voltar ao previsível
é render-se ao passado
O passado não me prende
desconheço e até nego
os presentes do presente
me consomem e eu me entrego
As voltas são constantes
nada é definitivo
o intuito de voltar pode
ser retroativo
Minha volta não consiste
em seguir desenfreada
Voltei a mesma volta
de uma nova encruzilhada
só queria o atalho
pra um caminho inabitado
Talvez voltar ao zero
seja mais apropriado
A volta é um progresso
um regresso uma mudança
Voltar pode ser dor um amor
ou uma lembrança
Voltar para si mesmo
é tarefa impossível
O ego nos defende
inconsciente/inacessível
Voltei aberta ao vivo
ao melhor que está por vir
A volta é mais intensa
antes mesmo de partir
Voltei a ser surpresa
pra mim mesma
quem diria
Em mim tem duas partes
com certeza uma é guia
quem sabe uma delas
nem sequer tenha seguido
A rota do meu mundo é
voltar sem ter partido

2 comentários:

Rodrigo Damasceno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Damasceno disse...

Perfeito! (sem mais palavras)